Segue meus passos, que eu disfarço, finjo que não vejo, não
te beijo. Vem devagar, pisa de mancinho, sem fazer barulho, não chama atenção,
sozinho. Assim, não olho para trás, não percebo sua caminhada e resistirei à
tentação, de correr para seus braços e no teu abraço, apagar todas as pegadas,
do que faço. Eu andei descalço, tentando
não deixar marcas por onde passei para não me encontrar, para não saber o
caminho de volta, essa volta que não tem hora, que demora e de tanto tempo que
passou, sem permissão não chegou. Não
foi na hora marcada, ela se antecipou na vida e quando encontrou, estava
atrasada. Bem desse jeito, do meu jeito,
fiz tudo sem alarde. No silêncio eu cantei, chorei e depois me calei, porque já
era tarde. Muitos versos eu escrevi, sem
rima, sem métrica, sem nada, porque nada fazia sentido, naquele papel amassado,
que deixei ali jogado, não esqueci, mas onde deixei, eu não vi. Não procurei, para não encontrar as marcas
dos meus sonhos, nos passos que disfarço, por onde não andei, mas que em versos
eu componho tudo que eu faço e não planejei. Segue, que de passo em passo, vai deixando
na memória a saudade que persegue, das lembranças que carregue aquelas que contam
história, de um tempo que já passou, mas que trazem na memória as verdades, que
a vitória conquistou.
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