Na sequencia da minha educação, eu te poupei da dor e do arrependimento futuro, privando meu coração da felicidade construída pelos meus sonhos que nasceram no dia em que o conheci. Dia pós dia, foram sendo moldados na medida dos desejos de nós dois. Não existia mais tempo nem espaço, naquele lugar tudo era possível e assim o amor se deu. A consciência era inconsciente, mas plena dentro da nossa realidade. Essa realidade às vezes é a mais estranha de todas as fantasias. Sem entender direito essa máxima que acontecia comigo, fui me perdendo no meio dos sentimentos e pensamentos, tantas dúvidas que fizeram explodir em medo e as palavras foram soltas de forma a te levar daqui. Subjugando a situação, depois de muitos passos a diante, levantei meus olhos para o passado ainda tem próximo, entendi que escrevi certo por linhas tortas, era assim que deveria ser nada mais a acrescentar nessa história. As marcas, as cicatrizes, os pensamentos ainda vivos, os sentimentos que dilaceram o coração, o que fazer com tudo isso? São partes dessa história e não pode ser apagada, nada disso pode ser ignorado, substituído ou esquecido. Não pode ser esquecido, porque o amor continua aqui, tão forte e grande que ocupa todo o espaço do meu coração. As lembranças me aquecem, a ilusão me guia e a realidade me confunde, com esse misto todo eu me perco num caminho onde só existe à noite e o inverno. Flores sem aroma enfeitam meu jardim e ali sentada no único banco, ouço uma música antimelódica que por vezes quebra o silêncio sem nada me dizer.
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